Promotor de Justiça afastado após comparar advogada a uma “cadela”
O corregedor nacional do Ministério Público, Oswaldo D’Albuquerque, decidiu na segunda-feira (18) pelo afastamento cautelar do promotor de Justiça Walber Nascimento, do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), após ele se referir à advogada Catharina Estrella Ballut como uma “cadela”.
Em uma sessão ocorrida no dia 13 de setembro, a advogada se manifestou contra a comparação, pedindo intervenção do juiz presente. No entanto, a gravação do momento foi interrompida, impossibilitando a captação da resposta do magistrado.
Catharina relatou que o juiz pediu respeito mútuo entre ela e o promotor, mas Nascimento voltou a fazer a comparação ofensiva. A advogada critica a postura do juiz, afirmando que ele foi omisso e não cumpriu com o protocolo de gênero do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em resposta, o promotor Nascimento argumentou que a comparação era dirigida à cadela e não a Catharina. No entanto, a advogada denunciou ter sofrido assédio moral e institucional, além de destacar a omissão do juiz diante da situação.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Amazonas, Jean Cleuter Simões Mendonça, repudiou veementemente a atitude do promotor contra a advogada.
Em nota enviada pelo MP-AM, Nascimento afirmou que não teve intenção de ofender ou menosprezar as advogadas presentes, incluindo Catharina. Ele declarou ter “apreço, admiração e respeito” pela advogada e por todos os profissionais da área.
Walber Nascimento, ao finalizar sua declaração, se colocou à disposição para colaborar com o bom convívio e entendimento entre os diversos atores do sistema de Justiça, buscando superar qualquer mal entendido.