Manaus enfrenta pico de fumaça recorde e situação ambiental alarmante
Nos últimos meses, a cidade de Manaus tem sido assolada por uma grave crise ambiental. A combinação da seca severa que afeta todo o estado do Amazonas e das queimadas que ocorrem em grande número no estado vizinho, Pará, tem causado uma onda de fumaça que encobre a capital amazonense.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a fumaça atingiu seu ponto máximo de poluição na segunda-feira (6), deixando o sensor incapaz de diferenciar fumaça e nuvens. As imagens de satélite cedidas pelo Inpe revelam que a fumaça vem principalmente das queimadas no Pará.
Para medir a quantidade de fumaça na região, o instituto utiliza um fotômetro solar que mede a radiação solar que deveria ter chegado, mas que é bloqueada pela presença da fumaça na atmosfera. A medição do fotômetro revelou um número alarmantemente alto de 5.0, indicando uma quantidade absolutamente fora do comum.
A pesquisadora do Inpe, Karla Maria Longo, analisou as imagens e destacou que a situação está piorando. Ela afirmou que a fumaça sai do Pará em direção ao Amazonas e não há como dissipar-se sem afetar a região. Karla Maria enfatizou que a neblina presente nas imagens não é nuvem, mas sim fumaça.
Desde agosto, a fumaça começou a ser percebida em Manaus. Embora inicialmente não fosse visível a olho nu, a presença da fumaça já era detectada pelo sensor. Em setembro, o fenômeno começou a encobrir os principais pontos turísticos da cidade e alternava entre períodos de intensidade e momentos em que se dissipava. No entanto, foi a partir de outubro que a situação se intensificou.
Entre os dias 11 e 13 de outubro, a fumaça atingiu seu pico e levou três dias para se dissipar. Durante esse período, a qualidade do ar em Manaus foi considerada uma das piores do mundo. Apesar de uma breve melhora, a fumaça retornou com força total no final de outubro e início de novembro.
No último sábado (4), a fumaça já durava sete dias e reduzia drasticamente a visibilidade, assemelhando-se a uma densa neblina. No domingo (5), o fenômeno persistiu e na segunda-feira (6), atingiu seu ápice. Karla Maria, que trabalha no Inpe há mais de 19 anos, nunca havia presenciado uma situação tão grave.
A população de Manaus enfrenta uma crise ambiental sem precedentes, com a fumaça afetando sua qualidade de vida e saúde. As autoridades precisam tomar medidas urgentes para combater as queimadas e buscar soluções para garantir a qualidade do ar e a saúde da população. A situação exige uma ação rápida e eficaz para proteger o meio ambiente e a vida das pessoas.