Mulher de 20 anos é presa pela morte e tortura do próprio sobrinho em Manaus
A Polícia Civil do Amazonas prendeu uma mulher de 20 anos na última quarta-feira (25), no bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul de Manaus. A suspeita foi detida pelo envolvimento na morte e tortura do próprio sobrinho, uma criança de 2 anos. Vale ressaltar que o marido da mulher já havia sido preso anteriormente pelo mesmo crime.
De acordo com a delegada Joyce Coelho, uma acareação foi realizada entre os dois suspeitos no sistema prisional na manhã de quinta-feira (26), a fim de concluir o Inquérito Policial. Durante o confronto, ambos os suspeitos se culparam mutuamente.
A delegada ressaltou que as agressões contra a criança não foram um evento isolado, pois o laudo de necropsia revelou diversas lesões corporais antigas e recentes, além de uma isquemia cerebral. Durante os três meses em que a vítima conviveu com o casal, ela foi constantemente agredida.
Inicialmente, as autoridades solicitaram a prisão temporária de ambos os envolvidos. No entanto, apenas o homem teve a prisão deferida pelo Poder Judiciário e foi detido pelos policiais civis da Depca no dia 9 de outubro. A prisão da mulher foi solicitada posteriormente para possibilitar a realização do confronto entre os dois e a apuração completa dos fatos. A captura da mulher ocorreu com sucesso e ela foi interrogada.
Após o término do prazo das prisões temporárias, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) analisará o procedimento, e os criminosos serão responsabilizados pelo ato criminoso.
Durante os depoimentos, a mulher admitiu que as marcas de unha encontradas na vítima eram suas. Ela afirmou que tentou estrangular o sobrinho ao segurá-lo pelo pescoço. No entanto, ela responsabilizou o marido pelas demais agressões que resultaram na morte da criança.
Por sua vez, o marido negou qualquer tipo de agressão desde o início e atribuiu a culpa à mulher. Ele alegou que constantemente observava marcas e hematomas na criança, mas afirma não ter presenciado nenhuma agressão e saber que a tia era a responsável.
O marido relatou ainda que chegou em casa no dia 5 de outubro e encontrou a criança desmaiada. Ele acionou sua família, que levou a vítima ao Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo. Vale ressaltar que, apesar das frequentes agressões sofridas pela criança, ela nunca recebeu atendimento médico.
A delegada destacou a negligência familiar da família da criança e descreveu a situação como uma família desestruturada. A mãe da criança também possui problemas relacionados ao uso de drogas desde os 12 anos e não demonstrou qualquer sentimento em relação à perda do filho.
A dupla responderá por tortura com resultado morte e ficará à disposição da Justiça para o desenrolar do processo.