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G20 discute taxação de super-ricos e emergência climática

Foto: divulgação

Nos próximos dias, lideranças financeiras e econômicas globais estarão convergindo para o Rio de Janeiro devido à nova edição da reunião dos Ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais pertencentes ao G20. Este influente grupo, composto pelas 19 nações de economias mais destacadas globalmente, incluindo a União Europeia e a União Africana, dará especial atenção à inovadora proposta do Brasil sobre a tributação dos indivíduos extremamente ricos, e explorará estratégias efetivas para atenuar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Dando prosseguimento até esta sexta-feira (26), o encontro marca a terceira ocasião em que os delegados da chamada ‘trilha financeira’ do G20 se encontram sob a presidência brasileira do coletivo. O encontro inicial deste ciclo aconteceu em São Paulo, em fevereiro, no qual o Brasil ousou propor pela primeira vez a ideia de tributar os super-ricos. Um subsequente encontro teve lugar em abril, em Washington, aproveitando o impulso da reunião de primavera anual do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Paralelamente ao G20, diversas reuniões coletivas estão prestes a acontecer. Desde a segunda-feira (22), uma notável gama de especialistas internacionais oriundos de governos, setor privado, academia, organizações da sociedade civil e órgãos internacionais estão participando de um debate com o objetivo de delinearem um modelo de Estado que seja equitativo do ponto de vista social e focado na sustentabilidade. Estas conversas estão se desenvolvendo na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na capital fluminense.

Em uma iniciativa digna de nota alinhada aos objetivos do Brasil no G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está previsto para fazer o pré-lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza durante um evento no Rio. Esta fase inicial busca formalizar acordos essenciais e pavimentar o caminho para que outras nações se juntem à causa. A cerimônia ocorrerá no Galpão da Cidadania, local que serve como base para a Ação da Cidadania, uma organização fundada pelo respeitado sociólogo Herbert de Souza, conhecido como Betinho, há três décadas.

No cerne da agenda, após promover o pré-lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem um encontro programado com Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos. Eles discutirão um leque de assuntos urgentes, desde a situação econômica global até a emergência climática, passando pela controversa taxação dos super-ricos. Um pronunciamento conjunto pode ser esperado após estas deliberações.

Outro ponto alto será um painel viabilizado pelos Emirados Árabes Unidos, engajando-se em discussões acerca de ampliar o financiamento para o desenvolvimento sustentável. Esta e outras sessões de trabalho ao longo da semana prometem fomentar diálogos essenciais sobre a cooperação para tributação internacional e estratégias para financiar iniciativas de desenvolvimento sustentável e combate às mudanças climáticas.

Destaques adicionais incluem encontros estratégicos com líderes globais e ministros, visando fortalecer as propostas brasileiras e amplificar o apoio internacional à taxação dos super-ricos. Esses encontros são cruciais, pois o Brasil busca sedimentar apoio para sua iniciativa, alcance que até agora derivou solidariedade de nações como França, Espanha, Colômbia, e membros da União Africana.

Este engajamento diplomático e econômico culmina em uma agenda influente, na qual os participantes do G20 debaterão e compartilharão perspectivas diversas com o intuito de moldar políticas econômicas mais inclusivas e sustentáveis para o futuro global. À medida que as sessões progridem, o Brasil continua a usar sua presidência do G20 como uma plataforma para incentivar a reforma global em áreas-chave, apesar da resistência em certos quadrantes, como o expresso pela administração dos Estados Unidos em relação à taxação dos super-ricos.

*Com informações da Agência Brasil.